O fisco brasileiro, que recebe relatórios das movimentações de criptomoedas por lei para fins de arrecadação de impostos, divulgou seus relatórios de volume de cripto correspondentes a janeiro. A instituição revelou um crescimento no volume do mercado de criptomoedas, com US$ 2,85 bilhões de dólares sendo movimentados no período.
Quando comparado a dezembro, o mercado apresentou crescimento de mais de 10%, recuperando-se após eventos que afetaram o setor de criptomoedas em todo o mundo, como a falência de várias exchanges e credoras de criptomoedas como FTX, Celsius e Blockfi.
O número de empresas e indivíduos que compram cripto foi médio, mais forte do que os recordes de dezembro, mas caindo em comparação com o que foi relatado durante 2022, quando o país quebrou vários recordes de compra de criptomoeda. No entanto, o volume cresceu mais, com apenas os números correspondentes a maio sendo superiores aos registrados em janeiro.
Preferência brasileira pelo USDT continua
O USDT da Tether , a maior stablecoin do mercado de criptomoedas, continua sendo a escolha preferida dos brasileiros para armazenar e movimentar dinheiro. O relatório registrou US$ 2,3 bilhões em transações usando a stablecoin em janeiro, número que confirma a liderança do USDT sobre outras criptomoedas.
O uso significativo do USDT no país, crescendo mais de 50% em 2022, tem feito analistas investigarem o motivo pelo qual os brasileiros estão usando esse ativo atrelado ao dólar. Relatórios de janeiro sugeriram que os brasileiros estavam recorrendo às stablecoins para se proteger das dores da inflação e também para evitar o pagamento de taxas pelo uso de dólares reais em uma conta bancária.
No entanto, os analistas acham que o USDT pode ser usado de outras maneiras, dados os altos volumes de transações relatados. Fabricio Tota, diretor de negócios do Mercado Bitcoin, bolsa local de criptomoedas, acredita que o USDT pode estar sendo usado por instituições e pessoas físicas para enviar dinheiro para o exterior. Em declarações ao Portal do Bitcoin, ele explicou:
“Conseguimos ver nos volumes relatados ao serviço de receita um volume muito grande e muito significativo de USDT que não está nas bolsas locais. Isso nos leva a crer que esse volume está nas mesas OTC principais e que atendem a um tipo de demanda diferente.”
Relatórios recentes indicam que algumas empresas estão usando USDT para liquidar pagamentos na Venezuela, evitando os riscos de serem afetadas pelas sanções econômicas que o país está sofrendo atualmente.
Créditos: NewsBitcoin e Canva.