Bolsonaro assina projeto de lei que regulamenta o uso do Bitcoin como meio de pagamento

O presidente Jair Messias Bolsonaro assinou na manhã de quinta-feira um projeto de lei que estabelece uma estrutura regulatória completa para a negociação e uso de bitcoin no país, de acordo com o Diário Oficial do Governo Federal (DOU).

O presidente Bolsonaro promulgou o projeto de lei aprovado pelo Congresso sem nenhuma modificação. Conforme noticiado anteriormente, as novas regras reconhecem o bitcoin como uma representação digital de valor que pode ser utilizada como meio de pagamento e como ativo de investimento na nação sul-americana.

Um ativo virtual é “uma representação digital de valor que pode ser negociado ou transferido eletronicamente e usado para pagamentos ou como investimento”, de acordo com o texto do projeto de lei.

A nova lei, que entra em vigor 180 dias após a assinatura de hoje, não torna o bitcoin ou qualquer outra criptomoeda uma moeda legal no país. Não obstante, a legitimidade conferida ao caso de uso do BTC como pagamento é significativa e tem o potencial de estimular uma maior atividade no país. A extensão em que isso acontece, no entanto, depende das ações do regulador responsável.

O Poder Executivo selecionará os órgãos governamentais que fiscalizarão o mercado. A expectativa é que o Banco Central do Brasil (BCB) seja o responsável quando o bitcoin for usado como meio de pagamento, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seja o órgão regulador quando for usado como ativo de investimento. Tanto o BCB quanto a CVM, juntamente com a Receita Federal (RFB), ajudaram os legisladores a elaborar a legislação de revisão.

Caso o BCB se confirme como órgão regulador do setor, as perspectivas não são das melhores. Embora o regulador não possa anular a definição acima mencionada de um ativo virtual determinado pela lei, há poucos motivos para acreditar que o BCB fará de tudo para promover uma maior adoção do bitcoin como forma de pagamento. Seu presidente, Roberto Campos Neto, disse várias vezes que não vê as criptomoedas como uma ótima alternativa aos pagamentos fiduciários, citando principalmente a volatilidade. Mais importante, o BCB está trabalhando para lançar sua própria moeda digital, o Real Digital, que está planejado para entrar em operação em 2024.

Mas a maior clareza regulatória dada pela legislação incentiva as empresas a explorar mais de perto o crescente método de pagamento. Isso, por sua vez, pode se traduzir em uma adoção mais ampla do bitcoin como meio de troca no Brasil, independentemente de haver ou não um endosso ativo do BCB.

Créditos: BitcoinMagazine.

Empresas brasileiras quebram novo recorde de investimento em Crypto em Outubro

De acordo com os últimos relatórios da autoridade fiscal brasileira (RFB), as instituições voltaram a quebrar recordes de investimento em moedas digitais no Brasil. A organização registrou que quase 42.000 empresas compraram algum tipo de criptomoeda durante o mês de Outubro, um novo recorde que derruba as 40.161 que declararam ter comprado criptomoedas durante o mês de Setembro.

Cada vez mais empresas estão introduzindo as criptomoedas como parte de suas tesourarias no Brasil. De acordo com os últimos dados emitidos pela autoridade fiscal brasileira (RBF), que está habilitada por lei a receber declarações de compras de moedas criptográficas dos contribuintes, quase 42.000 empresas compraram algum tipo de moeda digital criptografada durante o mês de Outubro.

Estas 41.817 empresas que compraram criptomoedas quebraram o recorde anterior registrado em Setembro, quando 40.161 instituições também quebraram o recorde anterior. Entretanto, o número de indivíduos que compraram criptomoedas durante o mesmo período caiu para 1.265.818 dos quase 1,5 milhões de cidadãos que compraram criptográficos em Setembro.

Este novo recorde sugere que as instituições têm estocado como parte de seus tesouros, aproveitando os baixos preços que o mercado apresenta. A influência do recente desaparecimento da FTX, uma das maiores bolsas de moedas criptomoedas, na confiança dos clientes brasileiros no mercado de moedas criptográficas ainda não está clara, uma vez que os números apresentados correspondem a Outubro.

USDT permanece no topo, BRZ sobe

Como em outras oportunidades, os relatórios também incluem dados sobre o número de transações registradas e os valores trocados usando cada moeda. Seguindo a tendência dos meses anteriores, o USDT da Tether, a stablecoin em dólar, foi o token utilizado para liquidar mais fundos no Brasil em outubro. Quase $1,8 bilhões de dólares foram transacionados usando USDT em quase 119.366 operações.

Esta popularidade é ainda maior pela funcionalidade que terceiros oferecem para conectar o USDT com o sistema financeiro tradicional. Em 22 de outubro, a Smartpay, uma empresa provedora de serviços de moeda criptográfica, integrou seus serviços com a Tecban, um provedor de caixas eletrônicos brasileiro, para permitir aos usuários converter USDT para moeda fiat em mais de 24.000 caixas eletrônicos.

Entretanto, o bitcoin (BTC), ainda registrou o maior número de transações, com 1,34 milhões, nos quais foram movimentados US$ 190,2 milhões. Uma moeda local com paridade real, BRZ, registrou o segundo maior número de operações, com 693.086. Estas operações foram feitas principalmente no FTX, de acordo com relatórios, e não se sabe se este volume será absorvido por outros mercados disponíveis. USDC, e ETH, todas completam as cinco primeiras moedas com o maior volume liquidado.

Créditos: Bitcoin.com, Shutterstock.

Brasil aprova projeto de lei que regula o uso do bitcoin como pagamento

Os legisladores brasileiros aprovaram um marco regulatório completo para o comércio e uso de moedas criptográficas no país.

Votadas na noite de terça-feira em Brasília, capital do país, as novas regras reconhecem o bitcoin como uma representação digital de valor que pode ser usada como meio de pagamento e como um ativo de investimento na nação sul-americana.

O projeto de lei se aplica amplamente a um setor que ele chama de “bens virtuais”, e agora só precisa da assinatura do Presidente antes de se tornar lei. Ele não faz do bitcoin ou de qualquer moeda criptográfica uma moeda de curso legal no país.

O projeto de lei encarrega o Poder Executivo de selecionar os órgãos governamentais para supervisionar o mercado. A expectativa é que o Banco Central do Brasil (BCB) seja o responsável quando o bitcoin for usado como pagamento, enquanto a comissão de valores mobiliários e câmbio (CVM) do país será o cão de guarda quando for usado como um ativo de investimento. Tanto o BCB quanto a CVM, juntamente com a Receita Federal (RFB), ajudaram os legisladores a elaborar a legislação de revisão.

Lar de uma vibrante economia de moedas criptográficas, o Brasil já viu por vezes mais cidadãos negociando moedas como bitcoin do que investindo na bolsa de valores. Agora, o país procura estabelecer o cenário para que isso se traduza em um uso mais cotidiano nas transações financeiras.

Mas nem tudo no texto é positivo para o desenvolvimento do mercado no país. Uma grande falha da votação de terça-feira foi a rejeição de uma cláusula que procurava cortar alguns impostos estaduais e federais sobre compras de máquinas de mineração de bitcoin. Embora o texto fosse bastante restritivo – o benefício só se aplicaria às operações que utilizam fontes renováveis de energia – aparentemente não foi suficiente para ser aprovado.

Outras disposições incluem a regulamentação de prestadores de serviços, como as trocas, que precisarão obedecer a regras específicas para operar no Brasil. O projeto de lei procura regulamentar o estabelecimento e a operação de prestadores de serviços Bitcoin no Brasil, definindo tais entidades como aquelas que fornecem comércio de moeda criptográfica, transferência, custódia, administração ou venda em nome de terceiros. Os prestadores de serviços de moeda criptográfica só poderão operar no país após autorização explícita do governo federal.

Uma regra procurou exigir que tais empresas separassem explicitamente seu patrimônio do capital de propriedade dos clientes – por exemplo, bitcoin custodiados para os usuários. A cláusula procurava evitar eventos como o recentemente visto com o caso da FTX, onde os fundos dos usuários eram misturados com os fundos da empresa, e ajudar na recuperação dos ativos dos usuários no caso de falência. Ela foi rejeitada na votação de terça-feira.

Créditos:  BitcoinMagazineFlickr.