O banco dos Brics, chamado de “Novo Banco de Desenvolvimento” (NDB), quer fornecer empréstimos em moedas locais para acabar com a dependência do dólar americano. No entanto, o movimento vem acompanhado de um conjunto de desafios, já que o banco dos Brics agora precisa do dólar para sobreviver nos mercados internacionais. O NDB é incapaz de se sustentar sem o dólar americano, apesar de seus melhores esforços para abandoná-lo.
A diretora financeira do NDB, Leslie Maasdorp, disse que a maioria dos empréstimos concedidos pelo NDB foi em dólares americanos. Maasdorp expressou que o banco pretende aumentar os empréstimos em moeda local de 22% para 30% até 2026. Portanto, nos próximos três anos, o banco BRICS pode aumentar os empréstimos em moeda local em apenas 8%.
O BRICS Bank aprovou US$ 32,8 bilhões em empréstimos para o projeto de construção da linha de metrô de Mumbai e painéis de iluminação solar do Brasil. Os empréstimos foram feitos em dólares americanos e não em suas respectivas moedas locais.
Mais de 67% de todos os empréstimos distribuídos pelo banco dos BRICS em abril foram em dólares americanos. O NDB percebeu os limites da desdolarização, pois nem todo país gosta de receber empréstimos em moedas nativas.
O dólar americano tem o maior pool de liquidez que outras moedas nativas carecem nos mercados globais. A distribuição de empréstimos em moedas locais pelo NDB só pode ser um sucesso se houver demanda por eles nos mercados internacionais. O banco BRICS deve responder a todos os países antes de pressionar suas moedas locais para empréstimos.
“Você não pode sair do universo do dólar e operar em um universo paralelo”,
admitiu Maasdorp à Reuters e complementou;
“A moeda operacional do banco é o dólar por um motivo muito específico. Os dólares americanos são onde estão os maiores pools de liquidez”
Segundo os últimos relatórios, dos US$ 30 bilhões em empréstimos aprovados pelo NDB, dois terços foram em dólares americanos. Em conclusão, o banco do BRICS que está tentando se livrar do dólar americano precisa do dólar americano para sobreviver.
Créditos: WatcherGuru.