Argentina debate dolarização em meio à desvalorização e inflação desenfreada da sua moeda

Economistas argentinos e a população estão debatendo a dolarização como uma possível solução para os problemas de desvalorização e inflação que o país enfrenta atualmente. A proposta, apresentada por Javier Milei, um dos candidatos mais fortes nas próximas eleições presidenciais de outubro, segundo várias pesquisas, inclui o abandono do peso argentino como moeda fiduciária e a conversão de todos os depósitos e reservas dos bancos centrais e privados para dólares americanos.

Segundo Milei, essa seria uma das soluções mais viáveis ​​para os inúmeros problemas que a economia nacional enfrenta. No início deste mês, ele afirmou:

Se você quer acabar com a farsa da emissão monetária para cobrir o tesouro e acabar com a inflação, já que os políticos argentinos são ladrões, o jeito é fechar o Banco Central e, no começo [do meu governo], dolarizar [a economia].

Embora Milei não tenha determinado a taxa de câmbio pela qual seu plano converteria pesos em dólares, para ele o custo social seria zero, pois a dolarização acabaria com a inflação, que está atingindo duramente os cidadãos argentinos.

O plano de Milei, que não é novo, está estimado em US$ 40 bilhões para o país. O peso argentino perdeu mais de 15% de seu valor em menos de dez dias em relação ao dólar americano, algo que deu um up na campanha de Milei. Isso em um país que tradicionalmente usa o dólar como opção de poupança, ainda mais depois da introdução do chamado “corralito” — medida que restringiu o número de dólares que os argentinos podiam sacar dos bancos privados em 2001.

Um dos efeitos da nova medida, se implementada, seria o abandono do estabelecimento de uma política monetária nacional. Isso está sendo criticado por vários analistas, que afirmam que a medida vincularia essas políticas ao que dita o Federal Reserve dos EUA, o que pode ou não ser benéfico para a economia argentina.

Outros, como o ex-ministro da Fazenda Domingo Cavallo, acreditam que a dolarização será uma opção para “estabilizar” o país em 2024 ou 2025, antes de fazer uma série de reformas para diminuir o efeito dessa medida sobre salários, pensões e outros ativos.

Créditos: News Bitcoin e Canva.